euvg Arquitectura 2008/2009: atelier V, atelier VI, atelier VII, atelier VIII; Pedro Machado Costa, Pedro Cordeiro

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Complexidades e Contradições

Exercício 5

Tipo
Individual

Data de Lançamento
29 de Setembro de 2008

Entrega Provisória
4 de Novembro de 2008

Entrega Definitiva
20 de Novembro de 2008

1. Descrição
Trata-se de um exercício de investigação, que procurará relacionar o trabalho prático de um arquitecto com uma obra teórica de referência no contexto da cultura arquitectónica recente.
Procura-se desse modo entender e fundamentar um tipo de produção arquitectónica a partir de um determinado modelo de pensamento, permitindo-nos olhar para uma obra de arquitectura sobre o ponto de vista da especulação intelectual; seja ela análise crítica, leitura histórica, ou proposição ideológica.
Não se pretende no entanto encontrar uma replicação directa entre teoria e prática; mas antes procurar relações entre uma e outra formas de pensar e criar arquitectura.
O exercício será entregue na forma de um Paper, formato A4 (a disponibilizar no Blog, em formato PDF); devendo o Aluno fazer uma apresentação pública do mesmo aquando da entrega final.

2. Objectivos
O Aluno deverá ser capaz de analisar e interpretar uma determinada obra teórica, confrontando-se com a terminologia e a linguagem própria da cultura arquitectónica e ser capaz de cruzar a tese aí defendida com a obra resultante do percurso de um arquitecto.
Procura-se dessa forma despertar o Aluno para a importância e o significado que o pensamento e a reflexão teóricas têm para o campo da criação e experimentação arquitectónicas; possibilitando-se do mesmo modo um confronto de ideias entre dois autores diferentes.
Procura-se ainda despertar o Aluno para o trabalho de investigação, e informar sobre os respectivos procedimentos metodológicos.

3. Proposta Metodológica
Propõe-se a cada Aluno a selecção prévia de uma (e apenas uma) das seguintes obras:
AUGÉ, Marc, Non-Lieux, Éditions du Seuil, Paris 1992 (ed. port.: Não-lugares, introdução a uma antropologia da sobremodernidade, Bertrand);
BACHELARD, Gaston, La Poétique de l'espace, Presse Universitaires de France, Paris, 1957 (ed. Brasileira: A Poética do Espaço, Martins Fontes);
IBELINGS, Hans, Supermodernism: Architecture in the Age of Globalization, NAi, Rotterdam, 1998;
KOOLHAAS, Rem, Delirious New York: A Retroactive Manifesto for Manhattan, Oxford University Press, 1978 (disponível em edição portuguesa muito recente);
LEACH, Neil, The Anaesthetics of Architecture, MIT Press, Cambridge, Massachussets, 1999 (ed. Portuguesa: A Anestética da Arquitectura, Antígona) Nota: obra parcialmente disponível para consulta no Google Books;
LYOTARD, Jean-François, La Condition Posmoderne, Les Edition de Minuit, Paris, 1978 (Ed. Portuguesa, A Condição Pós-Moderna, Gradiva)
NORBERG-SCHULZ, Christian, Genius loci : paesaggio, ambiente, architettura, Electa, Milan, 1979;
ROSSI, Aldo, La Architettura de la Città, Marsilio, Padua, 1966:
VENTURI, Robert, Complexity and Contradiction in Architecture, Moma, New York, 1966 (ed. Brasileira: Complexidade e Contradição em Arquitectura, Martins Fontes); e
VIDLER, Anthony, The Architectural Uncanny, MIT Press, Cambridge, Massachussets, 1992.
O Aluno deverá iniciar o trabalho por uma breve investigação sobre o Autor (quem é, o que fez, qual a importância do seu trabalho, etc.) , fazendo posteriormente uma resenha da tese que a obra defende. A obra será necessariamente enquadrada no período temporal e histórico a que se refere; procurando estabelecer-se uma correlação com a criação arquitectónica que lhe é contemporânea.
Não se pretende que o aluno tenha uma posição crítica sobre a obra; mas apenas que consiga entendê-la, e resumir o seu conteúdo. Pede-se por isso um resumo simples, construído com frases curtas, evitando longas citações e descrições demasiado exaustivas
Note-se que o objectivo do exercício é cruzar o conteúdo da obra seleccionada com a obra de um arquitecto; pelo que a análise e descrição directa da Tese que a obra defende é, para nós o essencial.
A origem disciplinar das obras que são postas à escolha dos alunos é bastante diversa, pelo que as obras poderão não se referir directamente à arquitectura, como é o caso dos livros de Lyotard, de Augé, ou de Bachelard; considerando-se ainda assim que todas as obras são acessíveis, e facilmente relacionáveis com a cultura arquitectónica. No entanto aconselha-se o Aluno a seleccionar cuidadosamente a obra que irá analisar, procurando que esta não seja de todo estranha aos seus hábitos de leitura.
A selecção da obra deverá ser feita até dia 7 de Outubro.

Posteriormente o Aluno deverá escolher um arquitecto, e analisar a sua obra; procurando confrontá-la com a tese defendida no livro. A escolha do Arquitecto é livre, devendo embora a sua nomeação ser posta à consideração prévia do Regente da Cadeira, tendo em conta a obra teórica em estudo. Numa primeira análise apontam-se os seguintes nomes:
Tadao Ando;
Peter Eisenman;
Herzog e de Meuron;
Rem Koolhaas;
Enric Miralles;
Rafael Moneo;
Jean Nouvel;
Aldo Rossi;
Sanaa (Sejima, Nishizawa)
Alvaro Siza Vieira; e
Bernard Tschumi.
A lista de arquitectos que se propõe tem como base a possibilidade de cruzamento da sua obra com qualquer uma das teses anteriormente descritas, e também a facilidade em encontrar um grande a variado número de fontes disponíveis.
Propõe-se ao Aluno que faça uma breve recenção sobre a obra do autor que escolheu, referindo as suas obras mais relevantes, e enquadrando-as na produção disciplinar. O Aluno poderá (deverá) recorrer a bibliografia de apoio, baseando a sua análise nessas fontes; devendo por isso consultar Monografias críticas e a obras por eles escritas. Esta segunda parte do trabalho poderá ser apoiada por documentação gráfica, nomeadamente desenhos, imagens de projecto e obras, citações, etc.

A terceira parte do Paper será dedicada exactamente à procura de relações entre obra teórica e obra prática; devendo o aluno retirar uma conclusão clara, e necessariamente sintética, do cruzamento de ambas. Incentiva-se o Aluno a tirar as suas próprias conclusões, em detrimento de apresentar teses anteriormente escritas.

Não sendo um trabalho de fundo, pretende-se que o exercício cumpra ainda assim todos os códigos de investigação e produção científica. Desse modo o Aluno obriga-se a referir todas as suas fontes - sejam textos, imagens, projectos, citações, etc. o Texto deverá ter uma Introdução (que referirá a razão de escolha das obras e dos autores, bem como uma breve descrição da metodologia de investigação), uma Análise (de ambos os autores, em separado, ou em conjunto; acompanhados de imagens, fotografias ou desenhos), uma Conclusão (onde o Aluno exporá a sua tese), e a Bibliografia.
No final será apresentado um Paper (formato A4, com fonte 11, a espaço e meio) devidamente ilustrado, sendo feita uma apresentação a toda a turma (duração 15 m.)
A investigação deverá ir sendo registada no Blog; devendo o trabalho final ser aí posto à disposição de todos.

4. Avaliação
Será avaliada a capacidade de análise e reflexão em torno de determinada ideia, e compreensão das suas relações e consequências disciplinares.
Trata-se objectivamente de um exercício que procura despertar o aluno para a importância da investigação e da reflexão, pelo que se considera de grande significado a capacidade que a aluno demonstre em produzir uma "tese" a partir de uma interpretação individual sobre os temas por ele analisados. É por isso considerado secundária a eventual demonstração de erudição ou conhecimento para lá daquilo que é expectável a um processo elaborado em tão curto espaço de tempo, sobre temas e obras de grande complexidade como aquelas que são aqui propostas.
Nesse sentido a avaliação será feita pela capacidade demonstrada pelo Aluno em analisar e interpretar fontes, cruzar informação, e ser capaz de explicá-la de forma simples e directa.
Do mesmo modo é dada relevância ao rigor próprio do registo científico, e à metodologia de investigação.

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Leituras do Mês

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Eládio Dieste

A obra do Uruguaio Eladio Dieste (1917-2000) entre a década de 50 e o final do séc., numa edição de luxo da Electa. O livro fica a cargo de Mercedes Daguerre, e tem textos de Mario Chirino, de Graciela Silvestri e do próprio Dieste: senza la rivelazione del mistero del mondo che viene dall'arte non faremo mai della nostra vita qualcosa di realmente umano.

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Obradoiro

O regresso de uma das publicações mais significativas do final da década de 80 / principios de 90, em Espanha e Portugal. Publicado pelo Colexio Oficial de Arquitectos de Galicia, e sob a Direcção de Carlos Pita, o número 33 de Obradoiro dedica-se ao Pequeno. Destaque-se o texto e Óscas Tenreiro (o Legado de Firminy), e os projectos de Solano Benítez e de César Portela.

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