Sandrine Portas foi a única aluna do Atelier VII a comparecer ás sessões de Avaliação de dia 5 de Janeiro de 2009; apresentando aquilo que seria a sua conclusão sobre o período de investigação de projecto realizado ao longo do 7º Semestre do Curso.
As peças aí apresentadas são reveladoras das fragilidades que a Aluna vem demonstrando ao longo do Semestre; tendo a sua proposta ficado aquém das expectativas mínimas exigíveis a um Aluno de 4º Ano de Arquitectura. Na verdade o projecto de Sandrine Portas é, em certo sentido, um não projecto; ou seja: as peças desenhadas (plantas e cortes) e a maqueta apresentadas revelam uma total ausência de princípios ordenadores de uma ideia de arquitectura, e uma insuficiência de reflexão sobre as potencialidades de um projecto.
O projecto de Sandrine baseia-se sobretudo numa formulação de uma vontade espacial: a criação de uma Biblioteca cujo centro (o átrio) permita uma estreita relação visual e funcional com o restante programa público do edifício (Salas de Leitura), e com o exterior. Para tal o projecto usa-se de um sistema de meios-pisos, servido por rampas centrais que lhe são perpendiculares; estabelecendo desse modo um possível critério de hierarquização espacial que, eventualmente, lhe permitiria caracterizar cada um dos espaços internos do edifício - seja através de pés-direitos distintos, de diferentes formas de trabalhar a luz e a própria forma de cada Sala, seja através das relações entre essa Sala e o restante edifício, e para lá dele, a própria envolvente exterior.
Estando estabelecido tal principio - de clara evidência - a Aluna não foi no entanto capaz de atribuir ao projecto uma forma, uma estrutura ou uma tipologia que lhe correspondesse.
Dessa forma a Biblioteca de Sandrine não adquire nenhuma capacidade morfológica; aspecto esse revelado desde logo pela sua Maquete (1:200), que se resume a um volume paralelepipédico destituído de qualquer atributo espacial, material ou escalar, e sem qualquer tipo de relação entre o potencial programatico e a sua forma, e também o próprio terreno.
A organização interna proposta pela Aluna, sendo clara em termos organizativos, resume-se no entanto ao estabelecimento de uma espécie de organograma funcional; não permitindo uma leitura de uma regra e/ou de um princípio de ocupação/criação de espaço. Tal aspecto é desde logo visível na ausência de uma lógica em relação ao uso de elementos normativos para o edifício (circulações verticais e horizontais, elementos estruturais e/ou dimensionais) e também, claro, na ausência de uma regra predominante; que, quanto a nós, evidencia uma total ausência de capacidade de prever resultados formais para o projecto.
Nesse sentido diríamos que o estado actual do projecto de Sandrine Portas revela de modo claro as grandes dificuldades com que a Aluna se debate em termos de estratégia de abordagem a um problema arquitectónico. Exemplo disso é, a nosso ver, a ausência de uma imagem de projecto: Sandrine Portas não apresenta nenhuma ideia ou nenhuma vontade para o seu projecto, e portanto não foi capaz de definir uma estratégia que lhe permitisse desenvolver o seu trabalho num sentido consequente.
Por outro lado julga-se que falta ainda à Aluna consolidar uma metodologia que lhe permita detectar as fragilidades (e as potencialidades) da sua solução, o que retira qualquer possibilidade de aprofundar o estudo. Note-se, nesse sentido, o modo com que Sandrine aborda o projecto: dedicando-se primeiramente ao desenvolvimento de uma planta, adiando para uma outra fase o modo como os espaços se relacionam com o exterior. Sinal disso é a ausência de alçados, ou de qualquer apontamento que revele essa vontade.
Em resumo: o projecto da Biblioteca de Sandrine Portas necessitará de uma abordagem totalmente diferente daquela que a Aluna tem vindo a ter ao longo do Semestre; devendo, a nosso ver, procurar pensar o edifício como um todo, antes mesmo de explorar algumas vontades que possa vir a ter em relação à sua organização. A Aluna deverá também procurar consolidar a sua cultura arquitectónica, que lhe possibilitará rever alguns dos problemas com que se depara em outros edifícios e/ou projectos, permitindo-lhe fazer uma ponte entre o seu trabalho e toda a informação que lhe é disponibilizada pela própria disciplina de projecto.
Deverá ser alvo de atenção especial a abordagem metodológica, e estruturação de uma estratégia operativa, e também uma sensibilização para a matéria de trabalho da própria disciplina, seus objectivos e sua cultura.
A Aluna deverá ainda investir de modo mais profícuo no seu Blog como instrumento de comunicação e diálogo em torno da sua proposta.
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A obra do Uruguaio Eladio Dieste (1917-2000) entre a década de 50 e o final do séc., numa edição de luxo da Electa. O livro fica a cargo de Mercedes Daguerre, e tem textos de Mario Chirino, de Graciela Silvestri e do próprio Dieste: senza la rivelazione del mistero del mondo che viene dall'arte non faremo mai della nostra vita qualcosa di realmente umano.
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Obradoiro
O regresso de uma das publicações mais significativas do final da década de 80 / principios de 90, em Espanha e Portugal. Publicado pelo Colexio Oficial de Arquitectos de Galicia, e sob a Direcção de Carlos Pita, o número 33 de Obradoiro dedica-se ao Pequeno. Destaque-se o texto e Óscas Tenreiro (o Legado de Firminy), e os projectos de Solano Benítez e de César Portela.
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