euvg Arquitectura 2008/2009: atelier V, atelier VI, atelier VII, atelier VIII; Pedro Machado Costa, Pedro Cordeiro

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A Viagem de Sandrine Portas

O Livro de Viagem de Sandrine Portas apresenta alguns dos problemas e de dificuldades endémicos que a Aluna tem vindo a demonstrar ao longo do Semestre: cultura arquitectónica (ainda) frágil e pouco sustentada, dificuldade de leitura do conteúdo de obras e projectos arquitectónicos, e uma metodologia (usada também no Complexidades e Contradições, de que falaremos numa outra oportunidade) de certa forma estéril, e pouco produtiva.
Em relação ao método refira-se que Sandrine opta (sempre) por resumir o seu entendimento das obras que lê a um conjunto de citações; fazendo de uma suposta ficha de leitura (útil em qualquer investigação cientifica enquanto registo de informação a ser interpretada posteriormente) o trabalho final; sem se dar ao trabalho de analisar e esclarecer os seus leitores sobre a razão da selecção de textos; e sem ela própria agir criticamente sobre a informação recolhida.
Sendo que a primeira parte do Caderno de Viagem é construído apenas com base nesse “método” (citações), ficamos sem saber se Sandrine Portas entendeu de facto o conteúdo da Exposição de Zumthor; não havendo qualquer tipo de posicionamento crítico da Aluna face a ela, nem mesmo uma verdadeira análise dos projectos aó mostrados.
Da mesma forma Sandrine aborda a 2ª parte do trabalho; com um problema acrescido, que é o da falta de fontes de consulta, com excepção da descrição (mais uma vez uma citação) da igreja do Sagrado Coração.
O trabalho é pautado por uma ausência de análise e interpretação das obras e projectos visitados; resumindo-se a informação a uma descrição baseada em lugares comuns: “equipamento muito requintado tal como a decoração de todo o edifício” (p.7) ou “o Hotel Ritz de Lisboa espelha a nobreza e o charme do Portugal Histórico” (p.8), e não em discurso arquitectónico, como seria desejável; e mesmo na parte onde seria expectável a apresentação de conclusões próprias, Sandrine Portas resume-se a usar (mais uma vez) um rol de citações (bem escolhidas, mas ainda assim simples citações) pouco conclusivas em relação àquilo que seria expectável num trabalho desta natureza. Em termos gerais o trabalho é pouco consentâneo com a natureza científica pretendida, sendo os registos de fontes ainda assim, na sua generalidade, assegurados. Não há bibliografia nem paginação.Há erros crassos, como o uso do termo Muço-Árabe (a Aluna quereria dizer Moçárabe), usado aqui em completo desrespeito pelo significado arquitectónico e histórico do termo.

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Leituras do Mês

Leituras do Mês

Eládio Dieste

A obra do Uruguaio Eladio Dieste (1917-2000) entre a década de 50 e o final do séc., numa edição de luxo da Electa. O livro fica a cargo de Mercedes Daguerre, e tem textos de Mario Chirino, de Graciela Silvestri e do próprio Dieste: senza la rivelazione del mistero del mondo che viene dall'arte non faremo mai della nostra vita qualcosa di realmente umano.

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Obradoiro

O regresso de uma das publicações mais significativas do final da década de 80 / principios de 90, em Espanha e Portugal. Publicado pelo Colexio Oficial de Arquitectos de Galicia, e sob a Direcção de Carlos Pita, o número 33 de Obradoiro dedica-se ao Pequeno. Destaque-se o texto e Óscas Tenreiro (o Legado de Firminy), e os projectos de Solano Benítez e de César Portela.

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