euvg Arquitectura 2008/2009: atelier V, atelier VI, atelier VII, atelier VIII; Pedro Machado Costa, Pedro Cordeiro

| Subscrever via RSS

As Fachadas da Mónica

Em relação ás duvidas levantada por Mónica Marinheiro devo dizer que a questão é, em certo sentido, mal colocada. A ver: a solução das fachadas não existe; ou antes, não pode ser separada dos problemas que o projecto coloca.
Dessa forma os dois projectos que Mónica cita (o Centro Tecnológico MacLaren, de Norman Foster, e o Museu Mercedes Benz, de Ben Van Berkel) são-nos de certa forma inúteis, porque as premissas de uma e outra obra divergem totalmente da abordagem que a Aluna tem para o seu edifício.
Diria que o problema das fachadas e da materialização é ainda extemporâneo; sendo que, quanto a mim, o processo (de descoberta desses, e outros aspectos do edifício) deveria ser uma sequência lógica entre o desenvolvimento dos vários espaços internos da Biblioteca e das suas necessidades singulares:
  • luz norte para zonas de leitura, talvez;
  • enquadramento de perspectivas sobre alguns aspectos da paisagem, claro;
  • relação/não relação entre espaços interiores e exteriores;
  • dimensionamento de vãos consoante o tipo de funções e o tipo de utilizadores [não esquecer as crianças];
  • composição entre cheios e vazios em cada um dos volumes;
  • recuo [ou não] de vãos e aberturas em espaços voltados a sul, para sombreamento;
  • criação de boa ventilação transversal nas salas [o que obriga à existência de aberturas opostas e complementares];
  • sequência de percursos no interior do edifício [com possível estabelecimento de pontos de fuga para o exterior, ou o desenho de limites visuais que ultrapassem o perímetro construído];
  • criação de espaços internos com ambientes lumínicos diversificados, adaptados aos respectivos usos;
  • criação de ritmo claro/escuro;
  • etc.
Diria que qualquer um destes pretextos é válido para experimentar a abertura de vãos; pelo que preferiria sempre, enquanto autor de edifícios, experimentar uma solução que se baseasse numa vontade ou desígnio do projecto; do que propriamente colar soluções estudadas para ligar com outros contextos e outros conceitos.
No entanto (e esta é, simplesmente uma questão de gosto pessoal), diria que o edifício deveria comunicar massa; que pudesse marcar definitivamente a paisagem; pelo que os vãos deveriam servir para acentuar o "peso" da biblioteca. Para bom entendedor....

Sem comentários:

Leituras do Mês

Leituras do Mês

Eládio Dieste

A obra do Uruguaio Eladio Dieste (1917-2000) entre a década de 50 e o final do séc., numa edição de luxo da Electa. O livro fica a cargo de Mercedes Daguerre, e tem textos de Mario Chirino, de Graciela Silvestri e do próprio Dieste: senza la rivelazione del mistero del mondo che viene dall'arte non faremo mai della nostra vita qualcosa di realmente umano.

.

Obradoiro

O regresso de uma das publicações mais significativas do final da década de 80 / principios de 90, em Espanha e Portugal. Publicado pelo Colexio Oficial de Arquitectos de Galicia, e sob a Direcção de Carlos Pita, o número 33 de Obradoiro dedica-se ao Pequeno. Destaque-se o texto e Óscas Tenreiro (o Legado de Firminy), e os projectos de Solano Benítez e de César Portela.

.