Dessa forma os dois projectos que Mónica cita (o Centro Tecnológico MacLaren, de Norman Foster, e o Museu Mercedes Benz, de Ben Van Berkel) são-nos de certa forma inúteis, porque as premissas de uma e outra obra divergem totalmente da abordagem que a Aluna tem para o seu edifício.
Diria que o problema das fachadas e da materialização é ainda extemporâneo; sendo que, quanto a mim, o processo (de descoberta desses, e outros aspectos do edifício) deveria ser uma sequência lógica entre o desenvolvimento dos vários espaços internos da Biblioteca e das suas necessidades singulares:
Diria que qualquer um destes pretextos é válido para experimentar a abertura de vãos; pelo que preferiria sempre, enquanto autor de edifícios, experimentar uma solução que se baseasse numa vontade ou desígnio do projecto; do que propriamente colar soluções estudadas para ligar com outros contextos e outros conceitos.
- luz norte para zonas de leitura, talvez;
- enquadramento de perspectivas sobre alguns aspectos da paisagem, claro;
- relação/não relação entre espaços interiores e exteriores;
- dimensionamento de vãos consoante o tipo de funções e o tipo de utilizadores [não esquecer as crianças];
- composição entre cheios e vazios em cada um dos volumes;
- recuo [ou não] de vãos e aberturas em espaços voltados a sul, para sombreamento;
- criação de boa ventilação transversal nas salas [o que obriga à existência de aberturas opostas e complementares];
- sequência de percursos no interior do edifício [com possível estabelecimento de pontos de fuga para o exterior, ou o desenho de limites visuais que ultrapassem o perímetro construído];
- criação de espaços internos com ambientes lumínicos diversificados, adaptados aos respectivos usos;
- criação de ritmo claro/escuro;
- etc.
No entanto (e esta é, simplesmente uma questão de gosto pessoal), diria que o edifício deveria comunicar massa; que pudesse marcar definitivamente a paisagem; pelo que os vãos deveriam servir para acentuar o "peso" da biblioteca. Para bom entendedor....
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