Tipo
Individual
Data de Lançamento
29 de Setembro de 2008
Entrega Provisória
14 de Outubro de 2008
Entrega Definitiva
4 de Novembro de 2008
1. Descrição
A propósito da Exposição de Peter Zumthor (Basileia, 1943), na Lx Factory, em Lisboa, propõe-se ao Aluno que deambule através de duas décadas do percurso criativo do autor suíço, reflectindo sobre o seu conteúdo; e procurando esses mesmos valores em outros edifícios e/ou lugares da Cidade de Lisboa.
Trata-se de um exercício de investigação e de reflexão teórica, que procura interpretar um determinado ponto de vista (o de Zumthor), e sua possível aplicação na leitura de fenómenos urbanos e/ou arquitectónicos num contexto físico específico para lá da sua obra.
2. Objectivo
O Aluno deverá ser capaz de interpretar de forma crítica os valores constantes na produção prática de Zumthor a partir da leitura directa da sua obra.
O objectivo é estabelecer e desenvolver a capacidade de interpretação do aluno a partir da observação daquilo que é o resultado prático da obra de um autor, procurando a partir daí reconstruir o seu pensamento, o seu método, a sua sensibilidade e a sua forma de agir.
À luz desses valores o aluno deverá ser capaz de analisar e interpretar outras realidades arquitectónicas, descrevendo-as , e procurando compará-las à luz das proposições do autor.
Não se pede no entanto ao aluno que transcreva o ponto de vista de Peter Zumthor. Trata-se antes de obter uma abordagem crítica e necessariamente pessoal sobre o significado da sua obra e, sobretudo, daquilo que podemos aprender (e apreender) a partir daquilo que por ele nos é proposto; tendo em conta a sua obra arquitectónica, mas também os seus escritos.
3. Proposta Metodológica
Propõe-se a visita à exposição Peter Zumthor - Edifícios e Projectos, 1986/2007; seguida por um périplo por vários edifícios e/ou locais da cidade de Lisboa. Estes locais poderão ser definidos por cada aluno, devendo no entanto essa escolha estar de uma ou de outra forma relacionada com o conjunto de valores que o aluno julgue caberem no processo de pensamento de Zumthor.
Tanto a exposição como os edifícios e/ou lugares deverão ser alvo de registo fotográfico; que deverá ser posteriormente transposto para o Caderno de Viagem, que será o formato definitivo do trabalho a entregar.
Propõe-se que esse Caderno seja dividido em dois capítulos: o primeiro dedicado ao registo da exposição de Zumthor; o segundo dedicado à viagem pelos edifícios que o aluno decida visitar.
Qualquer que seja o conteúdo registado, o aluno deve explicar de forma criteriosa o porquê da selecção de obras e/ou imagens à luz daquilo que foi a sua leitura da exposição, procurando correlacioná-los entre si a partir desses mesmos conceitos.
O Caderno de Viagem, obrigatoriamente de formato A4, poderá conter imagens fotográficas, textos, citações, reflexões e/ou anotações críticas, e quaisquer elementos que o aluno considere serem demonstrativos da sua interpretação pessoal sobre aquilo que foi a sua experiência.
Caberá a cada aluno desenvolver o trabalho da forma que julgue mais coerente com a sua forma de ler a exposição de Zumthor, e com os lugares que visitou; julgando-se no entanto necessário uma preparação prévia da sua viagem; nomeadamente através da leitura de textos de (e sobre) Zumthor, da investigação sobre os seus projectos e obras; e, claro, de um planeamento prévio dos lugares e edifícios a visitar.
Apontam-se as seguintes obras, que se consideram úteis para a preparação do trabalho:
Zumthor, P. & Binet, Helen, Peter Zumthor Works - Buildings and Projects 1979-1997, PrincetonArchitectural Press, 1998.
Zumthor, P., Three Concepts: Thermal Bath Vals, Art Museum Bregenz, "Topography of Terror" Berlin, Chronicle Books, 1998
Schneider, Eckhard, (ed.), Peter Zumthor - Kunsthaus Bregenz, Hatje Cantz Pub., 2008.
Zumthor, P., Thinking Architecture, Birkhauser, 2006 (2ª edição)
Zumthor, P., Atmospheres: Architecural Environments - Surrounding Objects, Birkhauser, 2006
Algumas destas obras estão editadas em português.
Para quem conheça mal a cidade de Lisboa, ou tenha alguma dificuldade em planificar previamente locais a visitar, apontam-se os seguintes locais de visita (mais ou menos obrigatória):
Começem pela Fundação Calouste Gulbenkian (1959), de Alberto Pessoa, Pedro Cid e Ruy Jervis d'Athoughia, junto á Praça de Espanha (Metro Praça de Espanha). Aproveitem para ver a exposição 7 Artistas ao 10º Mês, onde 7 novos artistas expõem a sua obra numa mostra comissariada por Filipa Oliveira, na Galeria de Exposições Temporárias. Demorem-se pelo Átrio, tentem entrar no Auditório (se puderem, regressem pela noite para assistir a um dos concertos da temporada de música), passem os olhos por uma revista de arte na Biblioteca ao mesmo tempo que se sentam numa das cadeiras de Daciano da Costa, passeiem pelos jardins de António Vieira Barreto, onde colaborou um ainda muito novo Gonçalo Ribeiro Teles (responsável entretanto pelos novíssimos espelhos de água circulares), bebam um café na esplanada, e dêem um pulo ao Centro de Arte Moderna.
Junto ao Marquês de Pombal entrem na Igreja do Sagrado Coração de Jesus (1962-1970), de Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas, Vasco Lobo, Vítor Figueiredo. Apenas para ficarem sentados.
Ao almoço passem pela Casa do Alentejo (Séc. XVII, com alterações por Silva Júnior, em 1917), nas Portas de Santo Antão, mesmo junto ao Coliseu, e sentem-se num daqueles sofás.
Lá perto, já junto ao Rossio, entrem na Igreja de S. Domingos (1241, com Capela-Mor de Ludovice, em 1748; reconstruída por Manuel Caetano de Sousa após o terramoto de 1755).
Para lá da 2ª Circular fica a Escola Secundária de Benfica (de 1978; hoje Escola Secundária José Gomes Ferreira), de Raul Hestnes Ferreira, muito perto de duas obras de Carrilho da Graça: a Escola Superior de Comunicação Social e a novíssima Escola de Música.
Fim da tarde no Hotel Ritz (1952), de Pardal Monteiro. Como jantar lá é muito caro, subam a Fontes Pereira de Melo e, logo depois do Saldanha, comam um bife no
Restaurante Galeto (1966), de Vítor Palla. Deixem o café para a Pastelaria Mexicana (1962), de Jorge Chaves, junto aos pássaros.
Para o resto da noite ficam dispensados de pensar em Arquitectura; sugerindo-se no entanto uma passagem por um dos primeiros edifícios construídos em Betão: o Lux.
A apresentação final do trabalho será feita através da entrega do Caderno de Viagem, e de uma apresentação oral (com suporte de projecção de imagens).